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Como adoecemos emocionalmente

Podemos apenas modificar ou prevenir algo se compreendermos seu funcionamento. Isso também se aplica às doenças. Ao entender o processo de adoecer, podemos nos proteger ou, pelo menos, entender o que acontece em nossa mente e corpo, e principalmente decifrar sua mensagem.

"Não são os traumas de infância que nos tornam doentes, mas a incapacidade de expressá-los." (Alice Miller)

O estresse, nosso constante companheiro, é um sinal de alerta profundo do nosso corpo. A expressão corporal é o primeiro e mais primitivo meio de comunicação e defesa que temos, especialmente quando nossas defesas estão comprometidas.

A conexão entre o estado psicológico e a redução das defesas do organismo é baseada nas mudanças orgânicas que o estresse provoca: a produção aumentada de cortisol (hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais) nessas situações leva à maior destruição das células de defesa do organismo. É comum contrairmos gripes, herpes ou outros vírus quando estamos emocionalmente vulneráveis, pois o sistema imunológico é diretamente afetado.

A relação entre o estado psicológico e as doenças não ocorre apenas em situações de estresse, mas também de tristeza, sofrimento intenso, angústia, frustrações e perdas, especialmente quando repetidas e não expressadas. Toda sobrecarga que gera tensão emocional pode desencadear uma doença.

O processo de adoecer é lento e gradual, ocorrendo em quatro fases:

  • Tensão emocional;
  • Distúrbio funcional;
  • Alteração celular, com mudanças laboratoriais;
  • Destruição celular, onde a lesão ou doença propriamente dita se manifesta.

Ou seja, quando há tensão (primeira fase), dependendo da intensidade, repetição ou duração do conflito, seja interno ou externo, pode resultar em distúrbios funcionais (segunda fase). Se esses distúrbios persistirem, alteram a vida celular (terceira fase), onde encontramos resultados de exames alterados, levando à lesão orgânica (quarta fase) ou doença em si. 

É muito importante notar que o processo de adoecer começa muito antes de ser detectado em exames, o que só ocorre na terceira fase, por isso é comum descobrir uma doença já avançada que não aparecia antes nos exames. Todo esse processo é inconsciente e pode durar semanas, meses ou até anos.

Como evitar uma doença se, ao ser diagnosticada por exames, pode ser tarde demais? Cuidando das nossas emoções. A prevenção é agir antes de chegar à quarta fase. Cada uma de nós pode evitar a sobrecarga de tensão emocional, identificando situações conflitantes no momento em que ocorrem. Por isso, a expressão das emoções é tão importante. Quantas vezes não sentimos algo e ignoramos, bloqueamos, negamos?

Não podemos evitar totalmente o estresse ou a ansiedade, mas podemos identificar imediatamente quando estamos nos sentindo sobrecarregadas e nos permitir uma pausa para respirar. Quantas vezes não percebemos nosso cansaço e continuamos sem tempo sequer para respirar? Continuamos nos sobrecarregando, ignorando os sinais que recebemos. Pensamos muito no presente, esquecendo que tudo o que fazemos e sentimos tem consequências, muitas vezes irreversíveis.

Para que corremos tanto? Qual o propósito? Muitas vezes é para acumular bens materiais, poder e sucesso, o que frequentemente encobre a necessidade de reconhecimento e de sentir-se valorizada. Tudo isso pode ser gratificante, mas a que preço? Comprometer nossa vida ou saúde? 

O objetivo é refletir sobre a própria vida, sem precisar estar em um leito de hospital ou UTI, onde frequentemente encontramos pessoas desesperadas não pelo último contrato que não fecharam, mas pelo desejo de estar com quem amam. Quando o medo da morte surge, percebemos que não estamos preparadas para viver.

Quando doentes, tememos não realizar nossos desejos. O medo da despedida e da finitude nos assombra, pois tendemos a adiar o que é importante. Não é fato de estarmos ficando mais velhas que nos adoece, e sim o acúmulo de mágoas, ressentimentos, conflitos não expressos. É por isso que vemos muitas pessoas jovens com doenças graves aprendendo a reavaliar seus valores e formas de viver.

“O que mais me surpreende na natureza humana é que as pessoas perdem a saúde em busca de riqueza material e depois gastam toda essa riqueza para recuperar a saúde. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” (Buda)

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