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Você tem medo de acabar sozinha?

Quando um relacionamento termina, é natural que sua mente se encha de questionamentos e possibilidades para fazer diferente. Sua mente busca respostas e frequentemente você procura um culpado para a dor que sente. Você se pergunta se errou, onde errou e onde se perdeu. Olha ao redor e só vê um vazio; olha para dentro e encontra apenas dor.

Como você conseguiu se machucar tanto? Você se machucou ao permitir que alguém colocasse uma faca onde já existia uma ferida, impedindo-a de cicatrizar. Cada vez que a ferida para de sangrar, você a reabre, muitas vezes sem perceber, e quando se dá conta, já está sangrando novamente. E como dói! Por que você insiste tanto naquilo que te faz mal e te faz sofrer?

Será que seu sofrimento não se intensifica porque você nega a realidade dos fatos? No que você realmente acreditou enquanto o relacionamento durou? Na pessoa como ela realmente é ou naquilo que você gostaria que ela fosse? Você acreditou no outro como ele se apresentou, ou na imagem idealizada que criou dele? Por que você insiste em mudar o que, ou quem, não quer ser mudado?

Talvez a resposta esteja em enfrentar e aceitar a realidade dos fatos, não a realidade que você gostaria que existisse. Você sofre não pela realidade em si, mas pela busca da realidade criada por você. Você espera que o outro mude e, quanto mais espera, menos reage e mais sofre, adiando cada vez mais sua capacidade de se reconstruir, esperando que quem foi embora volte para te salvar. Você espera arrependimento, um pedido de reconciliação, porque você sabe quanto o seu medo de ficar sozinha te aterroriza. 


MOTIVOS PARA TER MEDO DA REJEIÇÃO E DO ABANDONO AFETIVO 

Os motivos que te fazem entrar em relacionamentos que acabam deixando muita dor podem ser muitos, e depois que você está emocionalmente envolvida, torna-se ainda mais difícil sair dele ou aceitar seu fim. Quando você está com alguém, é comum você ceder em valores importantes para você e, aos poucos, esses valores se acumulam até que você não consegue mais suportar conviver com quem se tornou: uma pessoa estranha para si mesma. Chega a um ponto em que nem sabe mais quem é. Você se perdeu aos poucos e perdeu também quem amava.

Você é abandonada porque, muito antes disso, se abandonou na mesma proporção.

Quando você esquece de si mesma, se desvaloriza, deixa de se cuidar, muitas vezes porque está ocupada demais tentando fazer o outro feliz. E é então que a outra pessoa faz exatamente o mesmo com você: cuida de si mesma como se você não existisse. Aos poucos e com o tempo, você vai perdendo a beleza, o brilho, a luz, a energia, a vontade, a conexão com seus sentimentos e, principalmente, com sua voz interior.

Quantos sinais você recebeu de que não daria certo e sequer os ouviu? Seu verdadeiro eu começa a ficar tão distante que você não consegue mais distinguir o certo do errado, o caminho a ser seguido, e acredita que está sofrendo porque o outro te deixou. Será que você ficou sem chão, sem ar, com o coração sangrando, a alma dilacerada porque o outro foi embora ou porque perdeu a conexão consigo mesma, quando aos poucos, foi se abandonando? Será que seu sofrimento é realmente porque o outro foi embora ou é sua alma que chora há tempos pela sua própria ausência?

Não podemos negar que uma separação dói e muito, mas a intensidade e a duração do seu sofrimento, se é que podemos medir sofrimento, perduram de acordo com o tempo que você leva para se reconectar com quem realmente é. Muitas pessoas entram em depressão. A tristeza é tanta que se torna crônica. Elas ficam deprimidas exatamente pela negação da realidade e pela dificuldade em enfrentar sua própria verdade. 


DEPRESSÃO E O MEDO DE FICAR SOZINHA

A depressão, assim como qualquer outro adoecimento emocional, é um convite para a reflexão, uma oportunidade de mergulhar em seu interior. Você sofre mais do que o necessário porque se abandonou, se negligenciou, se perdeu de si mesma. E chora pelo outro quando, na verdade, deveria estar chorando por si mesma, e principalmente, pelo que permitiu que fizessem com aquilo que chama de amor.

Você deu tudo: carinho, colo, ombro, respeito, verdade, amizade, cumplicidade, sinceridade, fidelidade, e tudo mais que um ser humano, quando ama, é capaz de doar. E o que você recebeu? Desprezo, mentira, abandono, traição e tudo aquilo que dói em seu coração. Amar é isso? Não, amar não é sofrer. Se você sofre, pode ser porque insiste em chamar de amor algo que não é amor. Mas o que é então? É sua necessidade de ser amada, aceita, aprovada, reconhecida. É uma enorme necessidade de preencher seu vazio com aquilo que não se sente capaz de se dar. É a carência da ausência, antes de tudo, de você mesma.

Quando você sente dor, é porque de alguma forma resiste às mudanças. Prefere amar o outro, mesmo que tenha te deixado, a ter que amar a si mesma e, por isso você sofre tanto. Se você não pode modificar alguém nem torná-lo no que gostaria, por que não começar as mudanças dentro de você? 

Por que continuar querendo se aproximar de quem se foi e se manter tão distante de si mesma? Por que esperar pelo amor do outro quando há tanto amor dentro de você? Será que esse não é o momento de descobrir suas próprias verdades, satisfazer suas próprias necessidades, ouvir seu próprio coração e deixar que ele fale o que significa realmente amar?

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